quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sem popó não há marmita!

Passeando pela cidade adormecida, descendo a Alameda ao sol, afazeres na zona do Saldanha, de novo a andar pela calçada rumo ao Bairro das Colónias. Pausa para almoço feliz e sorrisos da gente pequena e linda, Laura, a mais recente bela alegria do clã. Novamente a caminho, paragem na garagem e o carro doente que ainda se encontra em tratamento:
- Estamos a aguardar as pastilhas para os travões!
- Pastilhas? Tenho gorila e trident. Não servem? Posso mastigá-las num ápice!
- Não, não, obrigada, Miss! Estas que esperamos são pastilhas à séria, daquelas para os travões ficarem contentes e não chiarem.
- Ah - digo sem vontade de partir sem o meu bólide - Amanhã telefono, ao nascer do dia, para saber notícias do popó.
No palácio o cansaço atinge os corpos exaustos da pedalada que desmaiam de sono súbito e profundo. As horas a passar, as pessoas a revoltarem-se contra o sistema e eu agora a escrever. A teclar tic-tic-tic. Ao mesmo tempo, na cozinha, a marmita prepara-se, crescida e autónoma, para a jornada seguinte e eu lembro-me, a meio da confecção culinária, que poderei ter de utilizar transportes públicos, tarefa incómoda com uma marmita. Falo com ela com calma. Primeiro chora e depois compreende.
- Sem popó não há marmita - murmura, já a secar as lágrimas no micro-ondas - Tu é que sabes...

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

Dia dos deveres

Hoje é dia de dever fazer... eu devia isto, eu devia aquilo, etc de deveres e mais alguma coisa. Contudo, carreguei no stop da consciência e responsabilidade e aqui estou eu, a gozar a pasmaceira do dolce fare niente, muito feliz pela inércia, pelas horas a passarem lentamente, a chuva a arrepiar ao de leve as janelas.
Eu aqui com o cérebro sem gigas, sem nada, a cabeça apenas disponível para colocar uma máscara capilar daqui a pouco, se me apetecer, para ficar com o cabelo mais brilhante, com cheirinho bom a chocolate, pronto a ser lambido e devorado (se comer o meu cabelo depois como também a pele e o resto? Quem fica no final do repasto? A boca, porque ri por último...)
Curto circuito cerebral. E eu aqui a tentar pensar e escrever, com as sinapses a meio gás, os axónios em greve, em casa, com medo de hipotéticas explosões de nata da nato.
O computador e o chá aquecem a alma e o corpo e eu fico cheia de calor. A arder de febre artifical. Sinto um ligeiro odor a queimado e percebo que estou a entrar em combustão espontânea. Vou até à rua e peço à nuvem do vizinho para me apagar as chamas e por fim, regresso ao normal de mim. Verifico que o palácio não ficou danificado e por isso está tudo ok.
Tenho imagens na mente sem descodificação por falta de actividade cerebral: banheira, chocolate, livro, sofá...
Adormeço sem compreender se isto é preguiça ou coma...

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Zzzzzzzzzzzzzzz



Às vezes é melhor ir dormir do que começar a processar novas ideias. Amanhã tenho uma reunião cedo e não quero cultivar olheiras no meu rosto já estafado com a noitada de escrita na véspera...
Afinal, a frescura da idade começa também a emigrar do meu corpo!

domingo, 14 de novembro de 2010

Era uma vez uma Ana, um livro e um fim-de-semana

O Sábado despertou cheio de genica, logo pelas 8 horas da manhã e pediu, com muita gentileza, se a Miss Ana podia acordar com ele e passear por aí. Miss Ana, estremunhada, ainda em euforia por ter o início deste dia em liberdade, estranhou e rabujou. Decidiu que não iria sair de casa tão cedo pois queria dedicar-se ao prazer supremo de ficar a ler sem fim e sem culpa aquela "Pesquisa Sentimental" que a estava a maravilhar tanto. Assim, Miss Ana leu, leu, leu.
Continuava a ler quando percebeu que tinha deixado passar a aula de hidroginástica, a de pilates e até mesmo a Anatomia de Grey em bicicleta.
A leitura seguia a bom ritmo mas lá se ia o almoço com a irmã, os sobrinhos e a tia!
As personagens deixaram-na preparar o almoço e enquanto cozinhava, pensava que podia, na perfeição, defender a leitura desta obra (mas cheirava a graxa e Miss Ana não queria. Aliás, o tpc mantinha-se a pairar turvo sobre a mente, incapacitando-a de o iniciar com ousadia e bravura. Ainda havia tempo...).
O frenesim literário prosseguiu pela tarde. No sofá vermelho, talvez por ter começado tão cedo a tarefa da jornada, Miss Ana passa pelas brasas. Retoma o livro quando desperta e é a ler que apanha um autocarro para o Calvário. Vai a um concerto e concentra-se na música e nas pessoas reais. Aproveita escassos minutos para retomar a história, mas desiste por parecer anti-social. O resto da noite é boa e dá um salto até Domingo, calmo e sorridente. A vida vai acontecendo ao longo das horas, muito bons momentos até ao buraco das horas vagas deixadas pelo ensaio adiado. Miss Ana tem pena de não improvisar esta noite, mas a Pesquisa está ali ao lado, a seduzi-la e a acenar com as folhas por ler.
Nem mais um minuto de espera! Miss Ana instala-se no seu amigo sofá e devora as palavras com um big smile. Que gosto!

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

Passar a ferro, ler e pensar

Saias para engomar, saias necessárias às minhas vivências diárias a dormir em cima da tábua, cansadas da espera. Umas já estão a contar a outras no guarda-vestidos como foi a experiência, se estou mais hábil, mais eficaz ou se ainda deixo vincos por detrás.
Livros para ler. Muitos a exigir num murmúrio a minha ávida leitura. Gritam nas estantes, mas eu hoje estou surda e finjo que não entendo as páginas a dançarem violentamente à frente dos meus olhos a implorarem pelo meu toque e uso.
E depois o pensamento que circula em mim e se senta também no sofá vermelho e pergunta-me se não fazia mais sentido começar a escrever o assustador tpc, para não deixar tudo atrapalhado para a última. Disfarço com a calma que encontro perante o receio que a proposta induz: talvez amanhã, logo ao acordar, mas agora vou ter de ler, para me inspirar!
(e apetece-me mesmo ler um livro em particular, pela curiosidade que me desperta o autor, agora que percebi que esta pesquisa é bastante diferente da sua primeira obra. Ainda bem que não tenho televisão!)

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

terça-feira, 9 de novembro de 2010

Pedido especial

Preciso de temas para escrever alguma coisa consistente e coerente, que não termine em delírios loucos e surreais, com princípio, meio e fim!

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Às vezes gostava

... de ter televisão, 450 mil canais e adormecer no sofá a ver uma 7.ª série de hospitais e maleitas, com romances de cordel à mistura. Como não tenho, vou ler para a cama. Assunto arrumado!
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... de ser mais resistente ao frio. Está um gelo lá fora ou estou demasiado sensível? Amanhã levo gorro para aquecer a pinha e não deixar congelar a criatividade.
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... de organizar a minha roupa de véspera para não me chatear e perder tempo de manhã. Um dia, um dia vou conseguir!
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... de não ficar tanto tempo a divagar no blog, encerrar o computador, não pensar na televisão que não tenho, não escrever sobre o frio que sinto e ir preparar a vestimenta para o dia seguinte.

sábado, 6 de novembro de 2010

Afinal está sol!

Cada vez mais adoro as manhãs de Sábado! Prometem tudo, dão o quente do muito tempo do fim-de-semana, do poder não fazer nada, da expectativa do dia preguiçoso dengoso com ronrom à mistura.

A chuva murmura costura


Tenho a impressão...

que troquei as aulas de LGP pelo fadismo-do-lar. Nunca os Sábados de manhã foram tão vocacionados para a organização/ limpeza do palácio. Abóbora!

sexta-feira, 5 de novembro de 2010

Muito gosto, pouca concentração

Estava a pensar, no caminho para o palácio para troca de roupa rápida antes de jantar de amigas, que gosto de demasiadas coisas. A minha agenda é imensa e repleta de actividades diversas. E gosto mesmo de tudo o que faço... o que me leva a ponderar se não ando a fugir de alguma coisa... tipo, um estado adulto mais maduro e pacato. Chinelas e robe, sofá e tv. Talvez um caniche ou um canário... será?

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Enigmas

Estava agora a folhear um livro chamado "Taxi", que li há bastante tempo e que agora quero "rever" (escrito pelo senhor que será o coordenador do curso de escrita criativa - José Couto Nogueira) quando me deparei com um cartão de visita de alguém, aparentemente uma família (o nome dele, dela e do bebé), que eu não reconheço. Amigos da minha vida passada? Que estranho não saber quem são. Um casal, dois nomes, um ponto de interrogação. A memória selectiva faz das suas.
Estranho, mesmo estranho...

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A esperança de um mundo melhor aumenta no interior de Ana

Posso estar pobre que nem um carapau, mas tenho estimulado a minha criatividade eco-estética de uma forma tão magistral e magnífica desde que iniciei o Workshop de Reciclagem de Vestidos na Geraldine que me sinto renovada/reciclada! Tem sido mesmo bom! Cada vez tenho mais vontade de aprender a díficil bela arte da costura e dos lavores!
E como andava tão triste com as obras do prédio, a antever tempos de penúria decadente, eis que surge a boa nova: fui seleccionada para fazer um Curso de Escrita Criativa sem ter de pagar um tostão! Viva!!!
Tenho muita sorte! :)

segunda-feira, 1 de novembro de 2010

Terramoto individual

Recebi a informação do valor que vou ter de pagar pelas obras do telhado do meu palácio. E há outras obras necessárias, com outro orçamento atroz. Há um proprietário esquivo e ausente. Merdices...
Adeus, férias nos próximos 2 anos! Começou a minha verdadeira crise.
Sopas?! Sim, a partir de agora, muitas!
Lazer grátis? Sim, claro! Prazeres que impliquem gastos já não fazem parte das possibilidades.
Assumo-me hoje e desde já:
POBRE!
Não contem comigo para festas e jantares. Acabou-se a papa doce!
 
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