quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Lista de algumas coisas boas para fazer/ ser/acontecer a partir de 30 de Dezembro de 2010, com ênfase em 2011:


- Não fazer listas
- Usar apenas uma agenda para o trabalho e outra para a vida pessoal (que embora sejam partes inseparáveis na minha vida, são, de facto, divisíveis em termos cronometráveis)
- Ser adorável para a Humanidade (na expectativa egoísta que esta também o seja para mim)
- Estudar, ler, investigar, continuar a querer saber mais e melhor sobre as coisas que me cativam (e um bocadinho sobre o resto da vida em geral, para não me tornar inculta e alheada da realidade comum)
- Escrever muito e não só informações para Tribunais ou relatórios Psicológicos – obrigar-me a participar (não vou exigir um 1.º prémio porque sou modesta e cobarde) em alguns concursos literários. Escrever textos para os meus amigos darem corpo e batimentos cardíacos. Escrever para me sentir mais viva.
- Tentar manter o amor pelo Teatro
- Ler 33 livros
- Ser boa (por dentro e fora) – Não me esquecer que estou a fazer dieta e ando num ginásio!
- Amar, gostar, adorar as pessoas que fazem parte do meu mundo colorido e belo, pleno de felicidade descontínua, firme e congruente.
- Estar diária (mas tranquilamente) desperta e disponível para este admirável mundo em que tenho no privilégio de habitar! (Depois de regressar de Júpiter abençoo o Planeta Terra, muito mais aprazível!)

Dia 30 de Dezembro

É injusto ser este dia. Ninguém repara em mim. Estão todos em ebulição à espera que chegue o dia 31, o meu irmão usurpador da alegria contida durante o ano que tem de ser gasta até às doze badaladas. Ninguém se lembra que posso ser vivido com convicção e energia, um dia pelo menos como os outros.
Sou uma espécie de intervalo para ir à casa-de-banho. Sinto-me parvo e inútil.
Sofro todos os anos, mas hoje protesto.
… Há a excepção dos que nasceram neste dia esquecido. Contudo, pobres pessoas, também elas são desprezadas. Entre o Natal e o ano novo a festa é geral, não há espaço para aniversários. As duas festas principais já atrapalham muita gente e outra qualquer que se tente intrometer neste período está condenada ao fracasso. O expoente máximo da desconsideração é neste dia, que todos passam à frente sem ligar.
Protesto!
Protesto!
Um dia aniquilo o 31 e vai ser cá um 31!
Quero festa no meu dia, champanhe e loucura. Luzes e fogo-de-artifício. Quero ser comemorado, saltado, beijado, dançado! Quero promessas que a partir do meu dia vão ser melhores pessoas, vão cumprir a vida certinha, vão estudar, trabalhar, amar, vão ser bons pais e mães de família, bons filhos, praticar o bem, desejar ser alguém.

Não gosto do silêncio de hoje, como se tudo tivesse de ser explodido amanhã. Vá lá, bebam um copo de champanhe, cantem alto, ensaiem o espectáculo para o dia do meu irmão açambarcador!
Um dia faço greve e o sol não nasce no dia 30. Ficam na penumbra à espera do próximo dia, vão ver! Estúpidas gentes!

domingo, 26 de dezembro de 2010

Sonhos de Natal

Acordo transpirada e mal dormida. A minha alma afundou-se no meu corpo tomado pelas iguarias do Natal. Não consigo ligar os neurónios, acender os olhos, despertar. Restos de alimentos passeiam por mim, entupindo-me as funções vitais. Morro uma vez, exausta de não conseguir mexer-me com excesso de tudo. Morro pela segunda vez de tristeza pela primeira morte que me deixa com tão pouca vida. Suspiro no além e sou tomada por um terceiro falecimento só porque não há duas sem três. Acordo aliviada e respiro a custo. Desmaio envenenada pelo Natal e pelos seus sonhos. Tento levantar-me da cama mas o corpo fatigado murmura calma e não me movo. Fico parada em exercício de pré-pensamento. Estarei eu Ana? Transformei-me durante a noite, sou um ser imenso e o meu palácio não me serve. Acordo a tremer de frio na rua. O quintal da vizinha está branco de neve que imagino existir. Deliro de arrepios, bato os dentes até tudo estremecer à volta e causar um terramoto.. que provoca um maremoto. Afogo-me na minha quarta morte e contudo, vivo. Encontro-me a acordar no meu quarto, quente, mas sem vontade de despertar para a vida. Finjo morrer mais um bocadinho e adormeço livre. Passam-se minutos, horas, dias. De novo desperta, já com energia suficiente para enfrentar a alvorada, saio da cama ao meio-dia. Não volto a festejar a gula do Natal, prometo-me.

Confissão pequenina sobre o amor

O amor acontece nos pormenores mais simples, nos momentos em que nada é assim tão belo ou agradável.
O amor acontece quando sentimos a sua força a transformar pessoas que já não acreditavam nele.
O amor é algo que não se entende totalmente, mas senti-lo... é um prazer.
O amor é um amor!

segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

A escrita como substituta do aquecedor

Os meus dedos tremem de frio e as pontas começam a ficar roxas. Tenho de exercitar a mão e escrever, com força, genica, calor.
O cérebro também parou um bocadinho. Quero dizer, percebo que funciona porque estou a pensar, mas acontece tão lentamente que só posso ter queimado algum fusível. Ou então não tenho óleo, como o meu carro há pouco, a caminho do jantar, parado na avenida a protestar e a acender-se de vermelho...
A pessoa e o carro, uma relação completa: assunto para reflexão. O bólide que me recebe de manhã e me transporta para o trabalho, ficando o dia todo à minha espera sem precisar de água ou feno. Só de gasolina às vezes, embora me pareça que anda muito sôfrego ultimamente. Será uma crise que o atormenta? Qual é a ligação da idade de um veículo e do Homem? Como a proporção de 6 anos do cão ou gato e uma pessoa? Será que o carrinho vive a idade do armário da adolescência? Ou o drama das primeiras rugas da meia-idade? Espero que não seja uma loucura senil, ainda quero dar muitas voltas com este meu popó...
E com isto já tenho cor nas falangetas.
É giro escrever sobre nada! ;)

segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

O problema do controlo


Hoje tirei o dia de férias para não me preocupar, passear, comprar presentes, apanhar sol, ver filmes, ler, descansar, escrever, etc e tal.
Fiz uma lista num post-it que esperava estar cheia de certos no final do dia.
É noite e estou a preocupar-me por ter tido um dia bom mas pouco eficaz. A maioria dos objectivos não foi atingida.
Ai, credo, que drama, que horror! Como é que eu fui capaz de não cumprir o meu plano de lazer cronometrado?
Enfim, podia ser pior...
Rasguei o post-it.
Felizmente amanhã trabalho!

sábado, 11 de dezembro de 2010

Quando os jantares pontuais festivos de Natal se tornam, na manhã seguinte, num espaço de tentações e armadilhas

Dar uma festa em casa é uma alegria da Dona de Casa Moderna! Planeamos as iguarias, os miminhos, os pratos principais, os secundários e os figurantes. Tudo para tornarmos o momento memorável, as amizades firmes e de barriguinha cheia e pachorrenta. Os vinhos escolhidos, abertos, bebidos e os que acabam por ficar à espera de alguém que tenha mais barriga do que olhos. O mesmo com os doces, o bolo de chocolate com o gelado de morango. Ou o pão de nozes que esteve na berra mas sobrou para contar a noite.
Hoje, após o evento, na cozinha oiço as risadas das iguarias que há pouco me convidaram para o pequeno-almoço. Os cereais e as papas de aveia entraram no esquema e fizeram-se mudos. O pão e as suas nozes dançaram como num bailado à frente dos meus olhos e os scones e as suas passas riram-se e cantaram melodias de paz. O iogurte light de aloe vera manteve-se convicto que faria parte da refeição. O café também. Bem hajam estes.
ferrero rocher a fazer o pino na bancada e as entradinhas no frigorífico preparam-se para se evidenciar à hora do almoço. Tanta agitação alimentícia após um jantar no Palácio. É a traição maldita da Fada-do-Lar em dieta hipocalórica após a dádiva de uma refeição bem confeccionada.
E no fundo, ela só queria ser feliz e espalhar alegria aos demais convidados...

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Invenção milagrosa

Será que não existe alguma máquina especial capaz de aspirar a casa, passar a ferro, lavar a loiça e fazer essas coisas terríveis comandada apenas pelo poder da mente?
Ah, como a minha existência seria facilitada se tal fosse real!!!
Vou ter de recorrer à Marquília...

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Coisas estúpidas

Hoje lembrei-me que fazia anos o C. Thomas Howell, o Ponyboy Curtis dos "Marginais", o meu ídolo principal da pré-adolescência. Cheguei mesmo a escrever-lhe uma carta a confessar o meu amor louco por ele. Respondeu-me com um postal fabril, a pedir 5 dolares para pertencer ao seu clube de fãs. Percebi que só me queria pelo dinheiro. Fiquei um pouco descrente no amor! Levei anos a recuperar desta tormenta amorosa...

Exercício da escrita

À custa de querer domesticar-me e organizar o meu pseudo processo criativo fiz nascer um blog de tentativa de contos, histórias... sei lá o que mais pensava eu nesse momento delirante.
O facto é que não tenho escrito grande coisa e isso deixa-me um bocado frustrada. Contudo, não me apetece cismar ou reflectir muito sobre o caso. Por isso vou escrever livremente e sem grandes elaborações.
Hoje o meu professor do curso de escrita disse que o meu trabalho estava bem escrito, mas não tinha percebido qual era a história. É verdade, infelizmente. Percebi que até nem é o mais grave (pior seria se tivesse uns conteúdos fantásticos com palavras pobres), no entanto, lembrei-me das palavras do meu pai, que me tem acompanhado nas minhas deambulações literárias ao longos dos séculos, que opina sempre que escrevo muito bem e tal, as palavras saem bonitas e elegantes, mas nada tem pés e cabeça... a maldita falta de um argumento vital, de um fio condutor, de um bom argumento que dê força às linhas que, aparentamente, surgem rápida e facilmente.
Resumindo... não tenho conteúdo, nada tenho a dizer ao mundo estruturado e interessante. A escrita sobre miudezas torna-se uma teimosia, mais do que uma hipotética experiência literária.
Se calhar tenho de pensar primeiro antes de escrever. Não sei. Estou confusa. Afinal, não terei mesmo assuntos para elaborar em noveleta? Terei a capacidade de escrever, de manusear com destreza a forma sem ter a oportunidade de passar bons conteúdos? A futilidade chegou à escrita...
Gaita, tenho de me disciplinar e focalizar-me num tema. Ou então vou ter de destruir o Universo para não me sentir tão medíocre...

quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

Feriado no Palácio

Estou tão constipada que só me apetece caminha e mimos... e tenho sono a qualquer minuto. E espirro entre o sono e os arrepios de frio. Temo que o meu nariz caia à custa de tanta assoadela. Mas está-se bem, em casa, no conforto do lar, protegida do terrível vento gelado e do sol assombrado lá fora, que promete um calorzinho quando afinal só serve para iluminar a rua e publicitar melhores dias.

 
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