Ninguém sabe que o mundo vai acabar num dia de sol ou de chuva, tanto faz. Um dia vamos acordar pendurados no nada, com as pernas a baloiçar e inquietos, vamos olhar uns para os outros e pensar que mais tarde ou mais cedo, tanto faz, acaba-se o equilíbrio e voamos por aí, por terras de ninguém que ninguém conhece. Ou então caímos em queda livre porque tudo é o vazio e o vazio, às vezes, representa mesmo a liberdade. Tanto faz.
Li agora um livro de Verão, daqueles de aventuras religiosas com o Vaticano, o Papa, muitos padres armados, lutadores e ágeis, mortes violentas com ossos enterrados nos olhos, relíquias macabras, miudas inteligentes, mas sexy, à mistura. O divertimento imbecil que acompanha os banhos de mar-piscina. É o que se quer nas férias! Pouca coisa! Contudo, aprendi imenso. Passamos tanto tempo a reflectir sobre a origem do Universo e afinal a verdade está mesmo aqui tão perto. Agora sei que a vida não é senão um prato de sopa quente cuja única certeza é que se não se comer nos primeiros minutos em que sai da panela acabará por ficar morna, fria, insípida e, por fim, tornar-se-á um caldo estragado intragável.
Andei por Portugal a passear e regressei a Lisboa, encontrando-me já a trabalhar activamente e com afinco! Ninguém sabe que quase chorei quando acabei as férias por ter gostado tanto delas. Algumas poucas pessoas sabem que choro às vezes, muitas, poucas, tanto faz, quando penso nas pessoas que amo e sinto saudades antecipadas, pensando que um dia poderei ficar eu vazia e pobre com a sua ausência.
Ninguém sabe se existe ou não vida depois deste mundo. Se existir, tudo bem. Se não existir é uma grande merda. Acabar? Acabamos? E então isto serve para quê? Quero viver hoje e amanhã renascer melhor e continuar a aperfeiçoar-me até ser Ser divino e irrepreensível. Perfeito... ou então nascer macaca e feliz, viver na selva, apanhar sol e comer bananas. Deixar a perfeição para outra vida.
Tanto faz. Quando o dia nos surpreende com um sol catita, sorrisos, bons ares e boas ondas, olhamos para o céu e dizemos: a vida é mesmo canja de galinha!
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