Os dias parecem estar a mirrar, a encolher com a crise malvada. Não tenho tempo para nada!
Acordo com o despertador a gritar-me aos ouvidos. Salto da cama, corro para a banheira. Espera-me um duche emergente e revigorante, uma toalha já quente com o sol da noite. A casa-de-banho ri-se da minha energia matinal e confessa que os outros donos eram uns preguiças. TU não, tu és bestial! Fico tão contente que abro a janela e canto para o mundo "L' amour est un oiseau rebelle...". O céu sorri e aparecem borboletas que voam com a melodia. Mas continuo sem tempo e tenho de ir trabalhar. Tomo um pequeno-almoço hipocalórico enquanto sou vestida por passarinhos azuis: serás a mais bela no estaleiro, mas terás de sair ao toque da corneta às 18h, para não transformares a tua vida numa abóbora. Aceito, prometo e lá vou na minha carruagem corsa para trabalhar com o melhor do mundo. Salto em andamento pois os esquilos estacionam o bólide. Passo o dia a ser feliz na labuta até me despachar para o meu segundo ofício actual: amar perdidamente o teatro! Antes do ensaio pulo até ao palácio e delicio-me com uma sopa feita por coelhinhos da Páscoa. Ainda há uns em casa que cantam quá-quá como os patos. Que maravilha de vida sem vagar!
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