quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Sem popó não há marmita!

Passeando pela cidade adormecida, descendo a Alameda ao sol, afazeres na zona do Saldanha, de novo a andar pela calçada rumo ao Bairro das Colónias. Pausa para almoço feliz e sorrisos da gente pequena e linda, Laura, a mais recente bela alegria do clã. Novamente a caminho, paragem na garagem e o carro doente que ainda se encontra em tratamento:
- Estamos a aguardar as pastilhas para os travões!
- Pastilhas? Tenho gorila e trident. Não servem? Posso mastigá-las num ápice!
- Não, não, obrigada, Miss! Estas que esperamos são pastilhas à séria, daquelas para os travões ficarem contentes e não chiarem.
- Ah - digo sem vontade de partir sem o meu bólide - Amanhã telefono, ao nascer do dia, para saber notícias do popó.
No palácio o cansaço atinge os corpos exaustos da pedalada que desmaiam de sono súbito e profundo. As horas a passar, as pessoas a revoltarem-se contra o sistema e eu agora a escrever. A teclar tic-tic-tic. Ao mesmo tempo, na cozinha, a marmita prepara-se, crescida e autónoma, para a jornada seguinte e eu lembro-me, a meio da confecção culinária, que poderei ter de utilizar transportes públicos, tarefa incómoda com uma marmita. Falo com ela com calma. Primeiro chora e depois compreende.
- Sem popó não há marmita - murmura, já a secar as lágrimas no micro-ondas - Tu é que sabes...

Um comentário:

Sérgio Gomes disse...

Amiga psicologa e ex-colega de LGP, eu realmente adoro as tuas mensagens do blog, de facto acho que nesse curso de escrita criativa o professor pode aprender muito contigo,lol!!
É verdade! Quase que fico chateado quando venho ver o teu blog e não há nenhuma mensagem nova!!!
Continua!
Beijinhos.

 
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